Orientações

DIRETRIZES PEDAGÓGICAS
5.4 Educação de Jovens e Adultos
Quando se trata de Educação de Jovens e Adultos (EJA), é necessário ter clareza de que essa modalidade de ensino não nos remete apenas a uma questão de faixa etária, mas, fundamentalmente, a uma especificidade cultural.
Nesse sentido, o indivíduo que procura os cursos para jovens e adultos está inserido num contexto de diversidade sociocultural, cuja heterogeneidade deve ser respeitada e aproveitada pelos professores, constituindo-se
fator essencial do currículo e do processo de aprendizagem. Os diferentes saberes e as diferentes opiniões dos alunos, adquiridos ao longo de suas práticas sociais de vida e de trabalho, deverão ser, nesse sentido, o
ponto de partida do processo de aprendizagem sistematizada.
Do ponto de vista didático-metodológico, ressaltam-se o diálogo e a participação democrática como mecanismos de interação. Dessa forma, o diálogo, o respeito e a valorização dos saberes permitirão a emergência dos conhecimentos prévios dos alunos, contribuindo para a elevação da autoestima e da autoconfiança na capacidade de aprender, transformando-se, assim, em poderosas ferramentas político-pedagógicas.
Os alunos de EJA possuem, normalmente, entre 15 e 65 anos de idade e, em geral, são trabalhadores –balconistas, vendedores, mecânicos, empregados domésticos e de serviços gerais, entre outros. Alguns deles já possuem conhecimento sobre o mundo letrado, que adquiriram em breves passagens pela instituição educacional ou durante a realização de atividades cotidianas.
A Educação de Jovens e Adultos, voltada para os que não tiveram oportunidade de cumprir sua escolaridade na idade própria, está assegurada na Lei n° 9.394/1996 – em seu Art. 4°, que ressalta o dever do Estado com a educação pública que é efetivada “mediante a garantia do ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria”.
O sistema público de ensino do Distrito Federal oferece cursos de Educação de Jovens e Adultos que compreendem a Base Nacional Comum dos Currículos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, habilitando ao prosseguimento de estudos, inclusive, em caráter regular. Oferece, ainda, o ensino a distância – via internet, possibilitando ao aluno matricular-se em qualquer período do ano.
Estas Diretrizes Pedagógicas corroboram com a extinção das antigas “unidades”, tendo em vista que o novo currículo dá ênfase aos valores e às atitudes, às competências, às habilidades e aos procedimentos.
Há que ser observada, também, a necessidade de se atentar para a contextualização do que deve permear o processo de ensino e de aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos.
A EJA considera os mesmos princípios da Educação Básica, tornando os conteúdos meios para o desenvolvimento dos processos cognitivos, privilegiando a capacidade de pensar e desenvolvendo a competência de processar as experiências de aprendizagem com autonomia intelectiva e com destaque para o fato de que os jovens e os adultos:
• tenham desejo de aprender;
• aprendam o que sentem necessidade de aprender;
• aprendam praticando;
• tenham o aprendizado centralizado em problemas reais;
• aprendam melhor em ambiente informal;
• tenham melhor aproveitamento por meio da variedade de métodos, recursos e procedimentos de ensino;
• tenham a oportunidade de descobrir e de construir por si mesmos.
A seleção e a organização das atividades ou experiências de aprendizagem pressupõem alguns critérios que se relacionam diretamente com:
• o contexto do aluno;
• o nível de desenvolvimento do aluno;
• os objetivos pretendidos;
• as normas e os valores que serão cultivados;
• as competências, as habilidades e os procedimentos requeridos.

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